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Vergonha: presidente da CSN lucra R$3 bi e não negocia aumento com trabalhadores

Publicado: 07 Abril, 2022 - 09h36

Escrito por: Tatiane Cardoso

Divulgação
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Na manhã desta quarta-feira (6), dirigentes do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro estiveram em Itaguaí para apoiar trabalhadores e trabalhadoras que realizaram uma paralisação espontânea em solidariedade aos companheiros e companheiras da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de Congonhas, em Minas Gerais.
 
Essa mobilização teve como objetivo pressionar o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, a iniciar uma negociação de reajuste de salário. “Ele sempre deixa a corda esticar e depois oferece abono como cala boca. Não vamos mais aceitar essa situação. Queremos um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que não seja atrelado a nenhum abono”, explica o presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sérgio Giannetto, que se antecipou e apresentou uma proposta de Acordo em fevereiro.
 
Um mês e meio depois, a CSN convoca uma reunião para dizer que ainda vai enviar a proposta para avaliação da diretoria. "O nosso trabalho que faz Benjamin ganhar muito dinheiro. Enquanto isso estamos aqui sem reajuste digno e com salário de 1.600 reais. Precisamos lutar por condições melhores", afirma um dos trabalhadores presentes no ato.
 
Já o presidente do Sindicato Metabase, Rafael Duda, acredita que o cancelamento da reunião que ocorreria ontem (5) é um claro recado de que Benjamin Steinbruch não quer negociar. “Ele quer amedrontar e intimidar os trabalhadores para impor condições de reajuste sem debater com a categoria. Mais do que nunca, esse é um momento de união da classe. Ele está fazendo chacota com a cara dos trabalhadores que geram lucro para ele e para os acionistas”, afirma Duda.
 
Segundo o próprio Benjamin Steinbruch anuncia, a CSN gerou lucro de mais de R$3 bi nos últimos três anos, que vão ser repassados para os acionistas. Enquanto isso, não senta com os sindicatos para negociar um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que atenda às necessidades da categoria. Os trabalhadores e as trabalhadoras lutam para que salários e benefícios sejam reajustados, pelo menos, com o índice do INPC acumulado da data-base da categoria, que tem previsão de alcançar 12%. Ao ser levado em consideração os anos passados, em que a CSN não fez os reajustes adequadamente, a defasagem salarial chega a 25%.