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Festival do Livro Vermelho, FLIV-RIO, reúne autores progressistas no Rio de Janeiro

Publicações terão descontos de até 30% e programação conta com debates e atividades culturais

Publicado: 30 Agosto, 2022 - 13h59 | Última modificação: 30 Agosto, 2022 - 14h47

Escrito por: Rosangela Fernandes

Reprodução
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O FLIV-RIO, Festival do Livro Vermelho, que começa nesta quarta-feira (30) no Rio, tem um objetivo ousado: durante quatro dias reunir pesquisadores, professores, jornalistas de esquerda e o movimento sindical para pensar os desafios atuais do país, como o enfrentamento do fascismo e a necessidade de revogação de legislações que atacaram direitos nos últimos anos, como a reforma trabalhista. A iniciativa é do Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-Rio) e conta com apoio de outras entidades como o Sindicato dos Professores (Sinpro-Rio), Sindicato dos Bancários, a CUT-Rio, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Associação Brasileira de imprensa.

Cerca de 40 editoras com foco em publicações progressistas vão oferecer descontos de até 30%. Entre elas Kotter, Boitempo, Alameda, Expressão Popular e Telha, que estarão expondo seus livros de 31 de agosto a 3 de setembro, na sede do Sinttel-Rio, Rua Morais e Silva, 94 - Maracanã – Rio. A agenda começa às 9h e vai até as 21h.

“Nossa intenção é possibilitar o debate e o acesso a publicações que contribuam com a reflexão sobre os enormes desafios atuais. Desde o golpe de 2016, a perplexidade com os retrocessos levou muitos autores a produzirem conteúdos importantes. É preciso trocar ideias e pensar quais os caminhos para sairmos da situação em que o país se encontra hoje”, afirma Francisco Izidoro, diretor do Sinttel-Rio e curador do Festival.

Diversos autores vão lançar suas publicações no FLIV-RIO. Entre as temáticas, a defesa da democracia, o enfrentamento à extrema direita, ao racismo e ao ataque ao meio ambiente. Um dos destaques é o guia do jornalista Renato Rovai e do sociólogo Sérgio Amadeu, “Como Derrotar o Fascismo”, que trata da organização e mobilização permanente em rede.

O evento contará com 18 debates, além de rodas de conversa e uma programação cultural para inspirar corações e mentes. A Companhia Ensaio Aberto preparou esquetes teatrais e irá homenagear grandes autores, como Vianinha, João Cabral de Melo Neto, Maiakovski entre outros. No dia 03 de setembro, sábado, no encerramento do Festival, a atriz Bete Mendes, ex-deputada Federal e ativista política, e o ator Richard Riguetti, fundador do Grupo Off-Sina e da Escola Livre de Palhaço, prometem um momento de muita sensibilidade fazendo a leitura das cartas para Lula - coletânea do livro de memória do período em que o ex-presidente ficou preso em Curitiba, no Paraná.

O FLIV-RIO também contará com a participação de escritores do movimento negro e do movimento de favelas além de pesquisadores e acadêmicos: Emir Sader, Dani Balbi, Clara Ant, Henrique Pizzolato, Michel Gherman, Cid Benjamin, Suzy Santos, Marcos Chehab são alguns deles.

Estarão presentes ativistas do front de batalha contra racismo, LGBTQIA+fobia, LawFare, Guerra Híbrida e de defesa das conquistas trabalhistas. Gente que viveu e vive na pele a realidade de um país onde as garantias sociais e a manutenção de direitos dependem dos movimentos de luta coletiva.

A entrada no Festival é gratuita e a organização conta com a parceria da Ação da Cidadania, que terá um stand para apresentação dos programas sociais desenvolvidos e um posto de coleta de alimentos não perecíveis. O combate à fome também é urgência em nosso evento, com recolhimento de doações que a organização do FLIV-RIO fará chegar a quem mais precisa. A programação completa está disponível no site: www.flivrio.org.br

Ivana Jinkings, diretora da Boitempo, considera que o FLIV-RIO será uma oportunidade especial para que leitores conheçam editoras com catálogos dedicados à publicação de obras voltadas a ideias transformadoras.

“Historicamente, encontros literários e eventos voltados a promover encontros entre escritores e leitores têm desempenhado papel fundamental na formação cultural e cidadã. O analfabetismo e o analfabetismo funcional são resultado de um projeto de poder antipopular no país e iniciativas voltadas à formação de leitores são essenciais para a construção de uma sociedade justa, plural, igualitária e democrática”, avalia.